Questões de A Origem do Estado. A Soberania, de Jean Bodin; o Contratualismo, de Thomas Hobbes; o Liberalismo, de John Locke (Ciência Política)

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Leia abaixo parte do discurso de Benjamim Constant no Parlamento francês no século XIX:
“(...)não podemos mais gozar a liberdade dos antigos, que era composta pela participação ativa e constante no poder coletivo. A nossa liberdade, deve ser composta pelo gozo pacífico da independência privada. A parte que na antiguidade cada um tomava à soberania nacional não era, como nos nossos dias, uma suposição abstrata. A vontade de cada um tinha uma influência real: o exercício desta vontade era um prazer vivo e repetido. Em consequência, os antigos estavam dispostos a fazer muitos sacrifícios pela conservação de seus direitos políticos e de sua parte na administração do Estado. (...). Esta recompensa não existe mais para nós. Perdido na multidão, o indivíduo não percebe quase nunca a influência que ele exerce. Jamais sua vontade se imprime sobre o conjunto, nada dá a ver aos seus próprios olhos a sua cooperação. O exercício dos direitos políticos não nos oferece, portanto, mais que uma parte dos benefícios que os antigos encontravam nele, e ao mesmo tempo o progresso da civilização, a tendência comercial da época, a comunicação dos povos entre si, multiplicaram e diversificaram ao infinito os meios para o bem-estar particular”. (Liberdade dos Antigos comparada à liberdade dos modernos, 1819). No discurso, o autor se refere a dois sistemas políticos diferentes, são eles:

  • A a Monarquia associada aos antigos e a Aristocracia associada aos modernos
  • B a República associada aos antigos e o Positivismo associado aos modernos.
  • C a Democracia associada aos antigos e o Liberalismo associado aos modernos.
  • D a Anarquia associada aos antigos e o Estado centralizado associada aos modernos.
  • E o Patriarcado associado aos antigos e o Socialismo utópico associado aos modernos.

De acordo com os pesquisadores do tema, a origem do Estado tem motivações distintas. Uma delas destaca que o “Estado nasceu para regular as relações entre vencedores e vencidos”. Identifique qual a origem dessa teoria.

  • A Causas econômicas.
  • B Atos de força
  • C Patriarcal
  • D Familiar
  • E Causas patrimoniais

Hobbes, mesmo que profundamente interessado na história, tendo traduzido para o inglês a História da guerra do Peloponeso, de Tulcídides, e tendo escrito uma história da guerra civil inglesa no Behemoth, não pensa que se possa retirar dela o conhecimento da política, muito menos que a política tenha uma natureza histórica. Ele pretende fazer da política uma ciência racional e do corpo político um construto da razão, o que quer dizer que tanto o conhecimento quanto a ação política dependem da percepção de certas relações necessárias e universais entre as ideias, pois é nisso o que consiste a razão, segundo o modelo matemático a partir do qual foi pensada nos quadros do racionalismo cartesiano, com o qual a filosofia de Hobbes manteve estreitas relações. A história não oferece senão relações contingentes e particulares. Dela se podem retirar apenas conjecturas, não uma ciência, que vem a ser um discurso em que se encadeiam proposições segundo relações necessárias.

LIMONGI, M.I. “Os contratualistas”. Em: FRATESCHI, Y; MELO, R; RAMOS, F.C (Orgs.). Manual de Filosofia Política. São Paulo: Saraiva, 2012.


Thomas Hobbes (1588-1679) foi o pensador fundador da ciência política moderna porque rompeu com a tradição greco-romana clássica.


Considerando seus conhecimentos sobre o tema e o texto base, conclui-se que:

  • A A ciência política é conhecimento das relações universais e necessárias das ações humanas;
  • B A matemática e a geometria são as ciências próprias da política, não a história;
  • C O corpo político é possível graças à ciência política;
  • D O racionalismo cartesiano foi o primeiro a pensar o corpo político como construto da razão;
  • E Os assuntos contingentes e particulares não pertencem à política.

O Contrato Social é inspirado pela paixão da unidade. Unidade de corpo social, subordinação dos interesses particulares à vontade geral, soberania absoluta e indissolúvel da vontade geral, reino da virtude numa nação de cidadãos. [...] Pelo pacto social, segundo Rousseau, cada indivíduo une-se a todos. O contrato é feito com a comunidade. [...] O soberano por nada está obrigado, mas, segundo a teoria de Rousseau, não pode ter interesse contrário aos particulares que o compõem. O soberano é portanto essa vontade geral que é a vontade da comunidade e não dos membros que constituem essa comunidade. [...] O soberano é [...] a vontade geral, de que a lei é a expressão: “A vontade do soberano é o próprio soberano. O soberano quer o interesse geral e, por definição, só pode querer o interesse geral”.

(Adaptado de: TOUCHARD, Jean (dirigida por) – O “Contrato Social” e O Soberano. In: História das Ideias Políticas, quarto volume, Lisboa: Publicações Europa-América, 1970, pp. 90-92)


Além de absoluta e indissolúvel, a Soberania para Rousseau possui mais duas características:

  • A ser efêmera e ser impessoal.
  • B ser seletiva e ser pactuada.
  • C ser livre e ser a proteção da liberdade.
  • D ser um dom e ser um atributo.
  • E ser inalienável e ser infalível.

Com relação ao liberalismo, julgue o item que se segue.


Surgido com o objetivo de romper com a lógica política de antigos regimes, o liberalismo tem a defesa da propriedade como um de seus conceitos basilares.

  • Certo
  • Errado