Questões de A Política (Filosofia)

Limpar Busca

“É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de empréstimo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘institucionalizar’ as regras do jogo”.
OLIVEIRA, Francisco de. Crítica da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37.
O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado

  • A é uma instituição burocrática, acima dos interesses econômicos de classe.
  • B tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital.
  • C antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas.
  • D é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função normativa.

“As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes; isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual; por isso, são submetidas à classe dominante as ideias daqueles que não possuem os meios de produção espiritual.”
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. – 4ª ed. São Paulo: Hucitec, 1984, p. 73 (Texto Adaptado).
Segundo essa passagem, na qual Marx e Engels apresentam uma tese da concepção materialista da história, as ideias de uma dada sociedade são

  • A nascidas espontaneamente da psicologia das raças dessa sociedade.
  • B socialmente produzidas, com base nas relações sociais de poder.
  • C sempre herdadas de épocas anteriores, por isso são históricas.
  • D formas de a classe dominante enganar e manipular os dominados.

Leia atentamente o seguinte trecho da obra de Maquiavel (1469-1527) acerca da liberdade republicana.
“Direi que quem condena os conflitos entre os nobres e a plebe [povo] parece criticar as coisas que foram a primeira causa da liberdade de Roma e leva mais em consideração as confusões entre as pessoas e o falatório sobre tais conflitos do que os bons efeitos que eles geravam; e não consideram que em toda república há dois humores (estados de espírito, temperamentos) diferentes, o do povo, e o dos grandes, dos nobres, e que todas as leis que se fazem em favor da liberdade nascem do conflito deles, como facilmente se pode ver que ocorreu em Roma.” 
MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Texto adaptado).
Com base no trecho anterior, é correto afirmar que, para Maquiavel, 

  • A os conflitos entre os nobres e o povo são prejudiciais à liberdade da República Romana.
  • B os conflitos sociais entre o povo e os nobres são a causa da liberdade republicana.
  • C a liberdade é fruto de uma concessão feita pelo príncipe tirano ao povo e aos nobres.
  • D a questão da liberdade é fruto de uma dinâmica harmoniosa entre os nobres e o povo.

Leia com atenção a seguinte passagem da obra de Thomas Hobbes (1588-1679), sobre o estado de natureza.
“E dado que a condição do homem [...] é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado pela sua própria razão, e nada havendo de que possa lançar mão que não lhe ajude na preservação da sua vida contra os seus inimigos, segue-se que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos uns dos outros. Portanto, enquanto durar este direito natural de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver.”
HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil. São Paulo: Martins Fontes, 2014. (Texto adaptado).
De acordo com o fragmento anterior, é correto afirmar que, para Hobbes,

  • A no estado de natureza, encontramos um sistema político e moral que garante a segurança dos homens.
  • B o estado de natureza se constitui de uma existência pacífica, pois os homens têm direito a todas as coisas.
  • C o estado de natureza é associado ao estado de guerra, pois nele são constantes os riscos à vida.
  • D o estado de natureza se caracteriza por um poder soberano que promove a paz e a segurança dos homens.

“O que caracteriza o conhecimento dialético é que o verdadeiro (Hegel), o racional e o concreto (Hegel, Marx) são o resultado de um movimento de pensamento. Resultado do que Hegel chama de ‘trabalho do conceito’, que mostra progressivamente, a partir das determinações mais simples e abstratas do conteúdo, suas determinações cada vez mais ricas, complexas e intensas, até o ponto de sua unidade, que não é uma unidade formal, mas uma unidade sintética de múltiplas determinações”.
MÜLLER, Marcos Lutz. A dialética como método de exposição em O capital. Belo Horizonte: Boletim da SEAF, 1982 (mimeo). (Texto adaptado).
A partir da citação anterior, é correto concluir que, para a dialética, o esforço do pensamento conceitual em acessar e conhecer a realidade, deve resultar em um

  • A conhecimento parcial dessa mesma realidade.
  • B saber intuitivo e imediato da unidade do real.
  • C conhecimento em totalidade dessa realidade.
  • D fracasso, pois o real se move progressivamente.