Questões de Descolonização Afro-asiática : novos Estados, nova arena internacional (História)

Limpar Busca

Os anos 1980 e 1990 são, usualmente, considerados momento de inflexão da historiografia em nosso país, com a decadência das metanarrativas iluminista e marxista e das teses de longa duração. Ao promover diálogo interdisciplinar com a antropologia e a teoria literária, os historiadores brasileiros teriam propiciado a ascensão da micro-história e da história cultural. Muitos se valeriam de novas fontes para meditar sobre representações e privilegiariam recortes temporais recentes e recortes espaciais em território nacional, regionais ou locais. (Tendências Historiográficas –Resenha Crítica. Disponível em: resenhacritica. com.br. Adaptado.)
A mudança de bases teóricas, com inspirações na Nova História e em autores como Michel Foucault; Edward Thompson; Walter Benjamin; Clifford Geerz, dentre outros, alavancaria o enfoque, principalmente:

  • A De temas, objetos e sujeitos históricos até então apagados, personagens comuns, pouco usuais em narrativas históricas anteriores.
  • B Nas narrativas acadêmicas, dissociadas de recortes temporais, e, pelo contrário, imbuídas de critérios comuns aos vários períodos analisados.
  • C Da perspectiva oficial, com o emprego gradual e frequente de certas narrativas objetivas, geradas no consenso analítico de estudiosos consagrados.
  • D De tendências historiográficas entendidas como conjuntos resultantes prioritariamente da história documental, laboratorialmente comprovada.
Considere o seguinte excerto de jornal:
Mundo Negro
A Etiópia é o nosso coração. [...] A Abissínia veio a proeminência sob a chefia do genial negro que foi Menelik II, derrotando a Itália [...]. O Mundo tem reparado que a Etiópia ainda é, por sua insigne vitória, uma nação de valor.
(A Ethiopia é nosso coração. O Clarim da Alvorada. São Paulo, 26 jul. 1931, Seção Mundo Negro.)
O trecho acima, retirado do jornal O Clarim da Alvorada, importante veículo da imprensa negra paulista, faz referência tanto à resistência etíope contra a colonização italiana no final do século XIX quanto à ascensão de Haile Selassie, último imperador da Etiópia, coroado em 2 de novembro de 1930. A partir desse trecho e dos conhecimentos sobre a História da África e dos afrodescendentes, assinale a alternativa que relaciona corretamente o papel da Etiópia com o colonialismo no continente africano e os impactos desse papel no mundo.
  • A A Etiópia se tornou um importante símbolo de luta e independência para pessoas africanas e afrodescendentes por ter sido um dos únicos estados africanos a resguardar sua soberania durante o processo conhecido como “Partilha da África”.
  • B Após a vitória de Menelik II contra os italianos, a Etiópia se estabeleceu como a principal nação islâmica do continente africano, dando origem ao movimento conhecido como “etiopismo”.
  • C A vitória de Haile Selassie contra a invasão italiana de Benito Mussolini em 1935 inspirou outros países africanos na luta contra o colonialismo e deu início ao processo de libertação da África.
  • D A derrota italiana contra os etíopes na Batalha de Adwa, em 1896, foi o ponto de partida para o surgimento do pan-africanismo que, em sua origem, pregava a união dos estados africanos contra o avanço europeu no continente.
  • E A Etiópia conquistou reconhecimento global por ter sido a única nação africana a participar da Conferência de Berlim, ocorrida entre os anos de 1884 e 1885.

No que se refere ao contexto histórico da contemporaneidade, julgue o item.

A Revolução dos Cravos (1974), que pôs fim a mais de cinquenta anos de fascismo em Portugal, paradoxalmente, enrijeceu o colonialismo luso em África, retardando ao máximo a independência de suas colônias, como Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. 

  • Certo
  • Errado

No que se refere ao contexto histórico da contemporaneidade, julgue o item.

O declínio europeu após a Segunda Guerra Mundial, além de testemunhar a emergência de uma ordem internacional bipolarizada, fortaleceu a luta pelas independências asiáticas e, sobretudo, africanas; entre 1960 e 1962, especialmente, a maioria absoluta das antigas colônias na África havia conquistado sua emancipação política.  

  • Certo
  • Errado

Após a independência das colônias africanas na metade do século XX, o continente viu-se tomado por guerras étnicas e territoriais, causando genocídios em massa até o final do século XX sem uma intervenção externa para sanar os conflitos. Milhares de africanos foram mortos por sua etnia, sendo os responsáveis levados a julgamento pelos países europeus em tribunais internacionais, como o Tribunal de Haia que julga crimes de guerras e genocídios. Com relação aos conflitos, podemos dizer que:

  • A Após o fim da dominação europeia, os países africanos não conseguiram se erguer economicamente, dando vazão a governos autoritários ditatoriais que submetiam os povos a uma situação de extrema pobreza e de violência.
  • B Após a saída dos países colonizadores, a nova configuração geográfica dos países não respeitou as etnias e os territórios tribais, juntando etnias rivais, dando poder somente a um grupo e gerando conflitos violentos de extermínio. 
  • C Após a independência das colônias, as etnias não tiveram apoio dos governos europeus para se constituírem como nação, gerando países com extrema dificuldade econômica porque dependem somente da agricultura.
  • D Após a saída dos países colonizadores, as etnias juntaram-se em harmonia, mas não puderam evitar governos ditatoriais autoritários que incentivavam a violência entre as etnias rivais, gerando conflitos violentos.