Questões de Educação e Filosofia (Pedagogia)

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“O homem é a única criatura que precisa ser educada. Um animal é por seu próprio instinto tudo aquilo que pode ser, mas o homem tem necessidade de sua própria razão e autonomia. O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz.”
Adaptado de KANT, I. Sobre a Pedagogia. Piracicaba: Editora Unimep, 1999.
Segundo o texto citado, é correto afirmar que:

  • A a formação humana deve se guiar pela naturalidade;
  • B o humano tem a educação como requisito básico;
  • C a essência humana está em conflito com a racionalidade;
  • D o humano nasce pronto e é suplementado pela educação;
  • E a educação humana é como a domesticação do animal.
Educação é uma ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social e tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destina. O processo da educação, nessa concepção, confunde-se com a ideia de: 
  • A Engajamento: o indivíduo educado passa por uma reflexão sobre a experiência, favorecendo a construção de novos saberes.
  • B Apatia: o indivíduo educado entende a educação como ação transformadora da sociedade em busca de objetivos considerados como válidos.
  • C Transformação: o indivíduo educado compreende a vida de sua comunidade, recebendo ideias e conceitos fundamentalmente transformadores de realidades sociais
  • D Ajustamento: o indivíduo educado seria o ajustado à vida da sua comunidade, sem nenhum julgamento crítico sobre seus usos e costumes, sobre o seu modo de viver, aceitando passivamente a cultura de seu meio social.
As correntes pedagógicas não se extinguem, mas passam a conviver e orientar ações até os dias atuais, embora se modifiquem em prol do público e das modificações acarretadas pelo contexto sócio-histórico. Dessa forma, os professores podem se utilizar de uma concepção, ou de outra, de acordo com o que deseja ensinar e isto é observado, inclusive, na organização dos espaços escolares. A organização da sala de aula depende do que a gestão espera da aprendizagem dos alunos. Observe a organização e a disposição dos móveis nas duas salas de aula: Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Pode-se depreender que:
  • A Na sala de aula B, não há lugar privilegiado para o professor; antes, seu papel era auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança; se intervém, é para dar forma ao raciocínio dela.
  • B Na sala de aula B, a aprendizagem ocorre de forma receptiva e mecânica, para recorrer frequentemente à coação. A retenção do material ensinado é garantida pela repetição de exercícios sistemáticos e recapitulação da matéria.
  • C Na sala de aula A, a motivação depende da força de estimulação do problema e das disposições internas e interesses do aluno. Assim, aprender se torna uma atividade de descoberta; é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas o meio estimulador.
  • D Na sala de aula A, tanto a exposição do conteúdo quanto a análise são feitas pelo aluno e a ideia de “aprender fazendo” está sempre presente. Valorizam-se as tentativas experimentais; a pesquisa; a descoberta; o estudo do meio natural e social; e, o método de solução de problemas.

Considere as afirmações sobre possíveis resultados de misturarmos a observação com a avaliação à luz das técnicas de comunicação não violenta propostas por Marshall B. Rosenberg (2006).

I - Na comunicação não violenta, devemos nos abster de avaliar. Evitaremos, assim, a frustração dos colegas.

II - Quando misturamos observação com avaliação, há a tendência de que o receptor perceba a mensagem como uma crítica.

III - Na comunicação não violenta, misturamos a observação com a avaliação. Com isso, reunimos evidências do que estamos a avaliar e diminuímos a resistência ao que dizemos.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.

Em artigo que discute as transformações pelas quais a escola vem passando desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Canário (2008, p. 79) afirma: “O problema da escola pode ser sintetizado em três facetas: a escola, na configuração histórica que conhecemos (baseada num saber cumulativo e revelado), é obsoleta, padece de um défice de sentido para os que nela trabalham (professores e alunos) e é marcada, ainda, por um défice de legitimidade social, na medida em que faz o contrário do que diz (reproduz e acentua desigualdades, fabrica exclusão relativa). Não é possível adivinhar nem prever o futuro da escola, mas é possível problematizá-lo. É nesta perspectiva que pode ser fecundo e pertinente imaginar uma “outra” escola, a partir de uma crítica ao que existe”. Para tentar recuperar a legitimidade da escola e, sobretudo, da sua função social, o autor propõe alguns caminhos.
No que se refere ao que aponta o autor, assinale a afirmação incorreta.

  • A A escola deve passar a ser um espaço onde se aprenda pelo trabalho e não para o trabalho, contrariando a subordinação funcional da educação escolar à racionalidade econômica vigente.
  • B A escola deve passar a ser um espaço onde se desenvolva e estimule o gosto pelo ato intelectual de aprender, cuja importância decorrerá do seu valor de uso para “ler” e intervir no mundo, e não dos benefícios materiais ou simbólicos.
  • C A escola deve passar a ser um espaço em que se ganha gosto pela política, isto é, onde se vive a democracia, onde se aprende a ser intolerante com as injustiças e a exercer o direito à palavra, usando-a para pensar o mundo e nele intervir.
  • D É preciso desalienar o trabalho escolar, favorecendo o seu exercício como uma “expressão de si”, quer dizer, como uma obra, o que permitirá passar do enfado ao prazer.
  • E O futuro da escola depende de investimentos na sua eficácia, na medida em que, para recuperar sua legitimidade social, é preciso que esteja estruturada em torno de um conjunto de conceitos como a qualidade, a avaliação, o empresariamento e a inovação.