Questões de Formas de Governo: Democracia e Representatividade (Filosofia)

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“É estranha a abstração que se faz do papel do Estado na própria criação do mercado. [...] Este ‘mercado livre’, abstrato, em que o Estado não interfere, tomado de empréstimo da ideologia do liberalismo econômico, certamente não é um mercado capitalista, pois precisamente o papel do Estado no capitalismo é ‘institucionalizar’ as regras do jogo”.
OLIVEIRA, Francisco de. Crítica da razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003, p. 37.
O pensador brasileiro Francisco de Oliveira, no texto anterior, expressa uma concepção, segundo a qual o Estado

  • A é uma instituição burocrática, acima dos interesses econômicos de classe.
  • B tem uma função econômica no mercado, em favor da acumulação de capital.
  • C antecede o mercado, de modo que cria sozinho as relações econômicas.
  • D é passivo diante do mercado capitalista, tendo apenas a função normativa.

“Odeio os indiferentes (...) Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. (...) A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual freqüentemente se afogam os entusiasmos mais esplendorosos. (...) A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. (...) O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se deve tanto à iniciativa dos poucos que atuam, quanto à indiferença de muitos. (...) Os fatos amadurecem na sombra porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens ignora, porque não se preocupa”. (GRAMSCI)
A partir do texto acima e da perspectiva de análise filosófica sobre política, participação e cidadania, podemos inferir que:

  • A infelizmente, não dispomos em nossa época de verdadeiros “salvadores da patria”, que possam garantir um futuro melhor enquanto nação.
  • B o fortalecimento e endurecimento das leis poderão nos trazer um futuro de fato alicerçado na ordem e progresso.
  • C os destinos de uma época, povo ou nação, são cuidadosamente pensados e garantidos, a partir da ação individual de sujeitos comprometidos com a coletividade.
  • D a análise sobre a histórica e cultural indiferença com a política em nosso país, bem como a análise dos mecanismos que sustentam essa indiferença, nos ajudam a melhor compreender a situação política em que nos encontramos.

Leia o texto a seguir sobre a concepção do Estado Democrático.


Segundo Karl Marx, o Estado é o organismo de dominação de classe, de opressão de uma classe por outra. O Estado representa a violência estabelecida e organizada, a violência legal. Ele é um instrumento, não de conciliação, mas sim de luta das classes.

(POLITZER, Georges. Princípios Fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 1954, p. 328.)


Na citação acima, o autor configura uma leitura crítico-reflexiva sobre a concepção do Estado na perspectiva da filosofia de Karl Marx. Com relação a essa temática, é CORRETO afirmar que

  • A o Estado intenta os interesses da classe dominada e estaria a serviço da democracia.
  • B o Estado representa a síntese do que tende a superar os interesses contraditos da sociedade civil.
  • C o Estado é um meio suplementar de exploração das classes oprimidas, ou seja, o instrumento de dominação da classe economicamente mais poderosa.
  • D o Estado é decisivo para defesa de um modo de produção. Trata-se de um instrumento de conciliação e democratização da sociedade.
  • E o Estado não oprime, mas concilia os meios de produção para a democratização da sociedade civil.

Não se pode conceber um educador que não discuta os fundamentos antropológicos da educação. O que é o homem? Esta é para Gramsci, a primeira e principal pergunta da filosofia (Concepção Dialética da História). Indique qual das afirmações abaixo mais se aproxima da antropologia de Gramsci: I) O homem é um ser histórico e o Espírito é a matéria da história. O homem é a criatura na qual o Espírito trabalha. II) O homem é vontade concreta: isto é, aplicação efetiva do querer abstrato ou do impulso vital aos meios concretos que realizam esta vontade. III) O homem é uma série de relações ativas (um processo). Uma individualidade composta de: indivíduo, os outros homens e a natureza. IV) O homem deve ser concebido como um bloco histórico de elementos puramente subjetivos e individuais e de elementos de massa – objetivos ou materiais – com os quais o indivíduo está em relação ativa. V) O homem é um ser dominado pelo desejo de absoluto. Seu destino supremo é cumprir-se como ser racional livre. As afirmações que estão de acordo com a antropologia de Gramsci são:

  • A I, II e III.
  • B II, III e IV.
  • C III, IV e V.
  • D IV, V e I.
  • E V, I e II.

Leia o texto a seguir sobre o Estado Democrático.
Para Aristóteles, o motivo pelo qual nasce o Estado é o de tornar possível a vida e também uma vida feliz. De fato, a meta final da vida humana é a felicidade. Por isso, a razão de ser do Estado é facilitar o acesso a essa meta. MONDIN, B. O homem, quem é ele? São Paulo: Edições Paulinas, 1980, p. 157.
Na citação acima, o autor faz uma reflexão filosófica sobre a dimensão do Estado, afirmando que

  • A o Estado é a felicidade da vida humana, e a razão tem valor secundário nessa meta.
  • B a meta final da vida humana é a felicidade, e o sentido do Estado é obstar o acesso a essa meta.
  • C o Estado tem significância na meta da felicidade, e a vida humana é, por natureza, social.
  • D na esfera do Estado, a questão democrática é prescindível.
  • E a democracia é condição secundária na razão de ser do Estado.