Questões de Geografia Cultural (Geografia)

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A separação do mundo em dois espaços geográficos bem definidos e radicalmente distintos, o Ocidente e o Oriente, foi uma ação também realizada por intelectuais e cientistas europeus, especialmente, durante o processo de colonização dos povos africanos e asiáticos no século XIX. A partir de então, construiu-se, segundo Edward Said, um imperialismo que não é exclusivamente econômico e político, mas também cultural. Para a estética cultural imperialista, afirma-se que
I. intelectuais e cientistas europeus definem o Oriente a partir do olhar da cultura ocidental. II. o conhecimento científico do século XIX considera a pluralidade dos saberes e povos, incluindo as tradições não-escritas. III. o Ocidente e o Oriente são considerados como blocos antagônicos e homogêneos. IV. a neutralidade do conhecimento científico é defendida, embora esse pensamento esteja alicerçado na crença da superioridade europeia sobre os demais povos.
Estão corretas as afirmativas

  • A I e II, apenas.
  • B III e IV, apenas.
  • C I, III e IV, apenas.
  • D I, II, III e IV.

A cultura da juventude é um dos fenômenos mais interessantes dos últimos quarenta anos do século XX. A juventude passou a ser associada a duas ideias centrais da modernidade: primeiro, à ideia de que representava a novidade; segundo, à ideia de que a novidade era melhor do que aquilo que até então havia sido experimentado. A partir do final dos anos de 1960, é formada toda uma cultura jovem urbana, que compartilhava valores, formas de se vestir, práticas de lazer e gostos. Esse fenômeno está diretamente associado à expansão da indústria cultural de massas, com a hegemonia esmagadora do American Way of Life e o poderio econômico, político e cultural dos EUA no pós-guerra. São exemplos dessa nova cultura jovem nas sociedades urbanas Ocidentais da década de 1960:

  • A a black music e os filmes de Hollywood.
  • B a tatuagem e o movimento hippie.
  • C o fast food e a Disney World.
  • D o jeans e o rock’n roll.

Em O pensamento geográfico brasileiro, Ruy Moreira (2008) oferece novas perspectivas de compreensão da história do pensamento geográfico, recorrendo ao conceito de matriz de pensamento, o qual foi elaborado à luz de sua crítica ao que denomina como a tradição de escolas e a tradição de geografias setoriais, conforme explicitado na passagem a seguir:

A Geografia tem a tradição da escola. Escola francesa, escola alemã, escola norteamericana. Cada escola é um país, cada país é uma escola. Talvez se flagre aqui o vínculo da Geografia com o Estado [...] que a crítica recente combateu acerbamente. O defeito da escola é a supressão dos seus pensadores: há o chefe de escola e seus discípulos. Mesmo quando estes são pensadores originais, são seus continuadores.

Ao lado da tradição das escolas vicejam o que podemos chamar de geografias setoriais. Por esse prisma, há o geógrafo urbano, o geógrafo agrário, o geomorfólogo... O defeito desse modelo é o abandono da prática de pensar o todo, que, mesmo que fosse um pedaço regional, fazia a fortuna da tradição das escolas. E o ilhamento do geógrafo nos seus compartimentos fechados.

Uma terceira tradição, entretanto, existe, obliterada e dissolvida dentro das outras duas: a do geógrafo criador de matriz de pensamento. Imbuídos seja de uma tradição ou de outra, não nos damos conta de que cada geógrafo se distingue do outro por sua forma própria de pensamento.


MOREIRA, R. O pensamento geográfico brasileiro: as matrizes clássicas originárias.

São Paulo: Contexto, 2008. v. 1.


Considerada a perspectiva do autor, é correto afirmar que 

  • A a tradição das escolas e a tradição das geografias setoriais produziram os mesmos efeitos na história do pensamento geográfico, ainda que não compartilhassem a mesma noção de totalidade.
  • B apesar da originalidade de autores como Ratzel e La Blache, a tradição das escolas está correta ao sugerir que suas obras reúnem pensamentos direcionados à propaganda do respectivo Estado nacional.
  • C o conceito de matriz de pensamento busca a originalidade das contribuições dos geógrafos que tiveram papel-chave na formação da Geografia, o que supõe a capacidade de cada um deles de se isolar das ideias de seu tempo.
  • D a tradição das geografias setoriais encontra suas raízes no modo como a influência não só do positivismo, mas também do neokantismo, contribuiu para instaurar dicotomias como Geografia Física-Geografia Humana.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Último pau de arara, canção de José Guimarães, Corumba e Venâncio.

O trecho da canção Último pau de arara remonta à migração da população do Sertão nordestino rumo a melhores condições de vida. Essa região se configura como uma das áreas secas mais densamente povoadas do mundo. O Cariri, citado na música, está localizado ao sul do estado do Ceará e é a segunda maior região metropolitana do estado.
O processo de formação de algumas das cidades do Cariri se deve
  • A ao desenvolvimento da produção de cana de açúcar após o esgotamento da produção no litoral, no século XVI. 
  • B à expansão das estradas de ferro partindo de Salvador para o interior do Nordeste, a partir do final do século XIX. 
  • C a incentivos do governo para a ocupação da região, como a construção de reservatórios de água para superação da aridez, nos séculos XVIII e XIX. 
  • D à ocupação das áreas úmidas do Sertão, os “brejos”, com desenvolvimento de agricultura e pecuária e comercialização nas feiras locais, entre os séculos XVII e XVIII. 
Branding é um termo oriundo da língua inglesa utilizado para se referir às diferentes ações relacionadas à criação e à gestão de marcas. Esse termo também se aplica à ação de criação, fortalecimento e divulgação da identidade ou imagem de determinado território, com características únicas que o tornem distinto perante outros.
Alguns dos principais objetivos das ações de branding de território são: aumentar seu atrativo como lugares de investimento empresarial; melhorar sua posição competitiva no mercado turístico; fortalecer a identidade dos cidadãos com seu lugar de residência e aumentar sua autoestima; obter predisposição para consumir mercadorias características de um determinado lugar; facilitar o desenvolvimento do território.
VALDIR DALLABRIDA Adaptado de GRIEBELER, M. (org.). Dicionário de desenvolvimento regional e temas correlatos. Uruguaiana, RS: Conceito, 2021.
Uma iniciativa muito praticada nas ações de branding de território é a demarcação de áreas caracterizadas pela:
  • A eficiência da cultura cerealífera
  • B qualidade da extração carbonífera
  • C singularidade da produção vinícola
  • D antiguidade da manufatura automotiva