Questões de História da América Latina (História)

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Sobre as revoluções na América Latina e seu percurso histórico, econômico e social, analise as afirmativas a seguir:

I- Durante grande parte do século XIX, a exploração do salitre e do cobre garantiu o desenvolvimento econômico do Chile, cujo governo passou a ser controlado pela burguesia mineradora aliada aos grandes latifúndios.
II- Em 1943, um golpe militar pôs fim a mais de 10 anos de ditadura conservadora na Argentina, porém em seu lugar, os golpistas instauraram não uma democracia, mas um governo autoritário de caráter populista nacionalista.
III- A ditadura de Porfírio Dias no México decorreu do contexto de intervenções estrangeiras no país para garantia do pagamento da dívida externa e da guerra com o EUA, que levou a perda de vasto território.
IV- A operação Condor foi um acordo de cooperação internacional que envolvia governos militares do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, e que se aliava aos interesses do EUA.

Estão CORRETAS as afirmativas:

  • A I e II apenas.
  • B II, III e IV apenas.
  • C I, III e IV apenas.
  • D I, II, III e IV.

O Estado surgiria de um compromisso entre os indivíduos, da vontade do povo, e como tal deveria ser governado por representantes dessa vontade. Essa teoria influenciou a formação dos Estados nacionais latino-americanos no século XIX, como repúblicas que afirmavam obter seu poder da vontade popular, apesar de na realidade isso raramente acontecer. (Kalina Vanderlei Silva. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. p. 116-117.)
O processo de formação dos países latino-americanos foi marcado pela instabilidade política. A substituição das antigas colônias espanholas por nações independentes apresentou dois problemas básicos: constituir Estados soberanos e organizá-los em meio às mais variadas tendências políticas. Nesse contexto:

  • A Os grandes proprietários rurais, através do apadrinhamento, garantiam o apoio integral da população na centralização do poder.
  • B Os Estados Unidos acompanharam o processo de independência das colônias espanholas na América, auxiliando a implantação da democracia direta.
  • C O republicanismo foi o princípio político geral que norteou a formação de todos os Estados nacionais latino-americanos, possibilitando, de fato, uma participação popular.
  • D O surgimento do caudilhismo no quadro do processo de independência das antigas colônias espanholas acabou por gerar a necessária estabilidade política e social.
  • E Na maior parte da América Latina, onde predominava uma estrutura latifundiária e as mais variadas formas de semiservidão, a independência pouco ou nada veio alterar, nesse sentido.

O Inca se proclama soberano da comunidade e divide as terras do ayllu (comunidade). A primeira parte são as terras do Estado ou do Inca. A segunda parte são as terras do culto ou do sol e a terceira parte, a maior, é de toda a comunidade conquistada, que é cedida à população local numa tentativa de demonstrar uma generosidade e benevolência do Inca, que proporciona a subsistência da comunidade. (Ameríndia-História, cultura e outros combates, v. 3 0.1,2007. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.bramerindia/article/view/1558. Acesso em: 27/12/2022.)
A mita era uma instituição de origem inca, utilizada por essa civilização, portanto, antes da chegada dos europeus. Apesar de sua origem inca,

  • A os espanhóis também se apropriaram da mita para impor um ritmo de trabalho compulsório aos nativos americanos.
  • B consistia na exploração específica de um grupo ou comunidade externa à tribo em troca de alimentos, ouro e outras mercadorias.
  • C todos os demais povos ameríndios, por uma questão de superioridade cultural incaica, também seguiam esse mesmo processo de produção.
  • D era usada apenas para o trato com as comunidades incas, utilizando uma parte de seus homens no trabalho nas minas e os demais, para as guerras e contendas internas.
  • E é importante destacar o papel dos religiosos na manutenção e expansão da mita, pois, como defensores dos indígenas, não permitiam a exploração compulsória dos mesmos.

Leia o texto a seguir.

No final do século XIX, o Paraguai era um país paupérrimo do ponto de vista econômico, praticamente sem autoestima do passado e carente de heróis paradigmáticos. O Paraguai era apresentado como um país de déspotas e derrotado em uma guerra da qual fora o agressor. Ao mesmo tempo, despontava uma geração de estudantes universitários e secundaristas – poucos e concentrados em Assunção –, desejosos de construir uma sociedade melhor, mas sem encontrar um pensamento que, ao mesmo tempo, recuperasse a autoestima nacional e rompesse o sentimento de inferioridade em relação às outras nações, e apontasse para a superação da realidade miserável. Esses jovens necessitavam de heróis que encarnassem os valores, supostos ou verdadeiros, da nacionalidade paraguaia. A educação liberal oferecia-lhes quase que unicamente a denúncia do passado e dos “anti-heróis”, os três ditadores que governaram o país até 1870. Essas circunstâncias viabilizaram o nascimento, no Paraguai, do revisionismo histórico da figura de Solano López, também conhecido como lopizmo. Esse movimento buscou transformar a imagem de Solano López de ditador, responsável pelo desencadear de uma guerra desastrosa para seu país, em herói, vítima da agressão da Tríplice Aliança e sinônimo de coragem e patriotismo.

DORATIOTO, Francisco. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 80.


A Guerra do Paraguai é um tema que levantou e levanta debates historiográficos, que hoje são abordados nos materiais didáticos e que devem ser discutidos em sala de aula. Sobre o debate, apresentado no texto, é correto afirmar: 

  • A A linha revisionista apresentada por Doratioto é a mais aceita atualmente nos estudos acadêmicos e escolares, por explicar mais satisfatoriamente as origens da Guerra do Paraguai.
  • B O texto faz parte de uma tese de um estudioso brasileiro que ajudou a linha revisionista a exaltar o governo do ditador Solano López, que passou a ser símbolo de bravura e resistência paraguaia.
  • C O revisionismo histórico, articulado por estudiosos do Paraguai, foi descartado pela historiografia brasileira, que, desde os tempos do conflito externo, questionou a ideia de desenvolvimentismo do Paraguai.
  • D Foi construída uma narrativa de que o desenvolvimento do Paraguai, articulado por Solano López, atrapalhou os interesses ingleses na América, e por isso eles se uniram ao Brasil, Argentina e Uruguai em uma guerra contra esse emergente país.

O Tio Sam está querendo

Conhecer a nossa batucada.

Anda dizendo que o molho da baiana melhorou o seu prato.

Vai entrar no cuscuz, acarajé e abará [...].

Na Casa Branca já dançou

A batucada de Ioiô, Iaiá.

Brasil, esquentai vossos pandeiros

Iluminai os terreiros

Que nós queremos sambar [...].

Eu quero ver, eu quero ver eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar.

VALENTE, Assis. Brasil Pandeiro. Disponível em: https://www. letras.mus.br/os-novos-baianos/122199/. Acesso em: 22 out. 2022.


A canção, como documento, tem a rica capacidade de tornar uma narrativa assimilável. Desse modo, ela se torna uma forma importante de conectar o aluno ao que é ensinado.


A canção “Brasil Pandeiro”, composta em 1940, pode ser utilizada em sala de aula para retratar as relações entre Estados Unidos e Brasil, nesse contexto, ao sinalizar a

  • A submissão do governo brasileiro aos interesses imperialistas dos Aliados.
  • B satisfação dos Estados Unidos em ter o Brasil como aliado na Guerra Fria.
  • C pretensão estadunidense de se aproximar de um estratégico país latino-americano.
  • D intenção do governo brasileiro de entrar na Segunda Guerra para encerrar o conflito.