Questões de O Sujeito Moderno (Filosofia)

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“A pandemia em si é a expressão da guerra contra a natureza. Doenças migrando de animais selvagens para a esfera humana porque estamos invadindo a natureza, mais e mais. Estamos vendo isso de todas as formas... Nós já sabemos que essa doença prejudica quem está com o sistema imunológico fraco, já sabemos disso, sabemos o que o vírus faz. No entanto, se olharmos de fora, o que vemos é o sistema econômico. Ele é tão inconsequente que é construído sobre essa disposição de sacrificar vidas em nome do lucro – sempre foi assim, desde o tráfico de escravos no Atlântico até a crise climática contra a natureza”.
KLEIN, Naomi. Entrevista. In: DAVIS Angela; KLEIN Naomi. Construindo movimentos [recurso eletrônico]: uma conversa em tempos de pandemia. – 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2020, p. 9.
Na passagem anterior, a pensadora canadense Naomi Klein relaciona a pandemia da Covid-19 à emergência climática, ligando esses fenômenos à economia nos seguintes termos:

  • A Embora não submetido à economia, o homem sofre as consequências da dominação econômica sobre a natureza.
  • B São diferentes a dominação sobre a natureza e a sobre os homens, pois só a primeira é movida pela busca do lucro.
  • C Não é correto falar em dominação da economia sobre a natureza, pois a dominação econômica é sobre homens.
  • D A economia voltada para o lucro submete a si tanto os homens, explorando-os, quanto a natureza, danificando-a.

“Podemos dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade. [...] Pelo termo impressão entendo todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões diferenciam-se das ideias, que são as percepções menos vivas, das quais temos consciência, quando refletimos sobre quaisquer das sensações ou dos movimentos acima mencionados”.
 HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de João Paulo Gomes Monteiro. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 69-70. Coleção Os Pensadores.
Com base na passagem anterior, é correto afirmar que, para Hume,

  • A as ideias têm como fundamento as impressões sensíveis, sentimentais etc.
  • B as impressões e as ideias são duas percepções psíquicas independentes.
  • C as impressões são percepções do espírito; logo, são o mesmo que ideias.
  • D as impressões são percepções corporais, e as ideias são percepções mentais.

Durante os séculos XVII e XVIII, na Europa, se constituiu um tipo de poder e controle social que o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) chama de “poder disciplinar”. Ele assim o descreve.
“Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar as ‘disciplinas’. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo [...]. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. [...] A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos ‘dóceis’. A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência).”
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 126-127.
Segundo essa passagem, é correto afirmar que as disciplinas

  • A são dispositivos de dominação voltados só à submissão e ao enfraquecimento.
  • B não dominam, mas fazem os indivíduos mais fortes, capazes e úteis.
  • C potencializam sujeitos para o trabalho e os assujeitam politicamente.
  • D formam sujeitos livres de necessidades econômicas e coerção política.

“As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização política ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a ética da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este instinto não encontra em que se satisfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”.
 MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Política e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3.
Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura,

  • A as desigualdades sociais, políticas e econômicas são produtos das diferenças biológicas.
  • B a natureza tende a eliminar as diferenças étnico-raciais entre os grupos humanos.
  • C a diversidade étnica é natural à humanidade, que tende naturalmente à cooperação.
  • D a fraternidade universal é natural, mas só dirigida a indivíduos biologicamente iguais.

“A lógica bélica da ‘guerra às drogas’ se impôs globalmente às sociedades. Se os sistemas políticos dos Estados nacionais fizeram um grande esforço, na segunda metade do século XX, para controlar suas Forças Armadas, para pô-las sob o domínio da política civil (e democrática), o aumento exponencial das forças policiais tornou-se hoje talvez a grande fonte de instabilidade e de risco para a ordem democrática.”
 NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022., p. 226-227 (Texto adaptado).
Com base no texto anterior, do filósofo Marcos Nobre, é correto afirmar que

  • A a continuidade da guerra às drogas é valor essencial para sustentar as democracias modernas, em todo o mundo.
  • B o belicismo em que hoje se baseia a guerra às drogas produz uma instabilidade que ameaça a própria democracia.
  • C as Forças Armadas estabeleceram um conjunto de procedimentos para limitar seu poder e consolidar a democracia.
  • D o combate ao tráfico de drogas é contraditório com o sistema democrático vigente e com as liberdades individuais.