Questões de Paulo Freire (Pedagogia)

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Em Pedagogia da autonomia, Paulo Freire oferece uma série de reflexões críticas acerca das dimensões fundamentais da prática docente. Como sugere o título, o autor entende o ensino-aprendizagem como processo que se orienta pela e para a autonomia dos seus participantes.
Segundo essa perspectiva, cabe ao professor:

  • A atuar como técnico, dando configuração definida às mentalidades vagas e indecisas dos alunos;
  • B transferir aos alunos os conteúdos necessários para a vida, treinando-os nas habilidades sociais e profissionais;
  • C criar as condições para que o aluno produza seu conhecimento, qualificando criticamente seu pensar;
  • D transmitir aos alunos a sua posição subjetiva de mestre, transformando-os de objetos passivos em sujeitos ativos;
  • E permitir que os alunos se expressem livremente, impedindo a interferência em seus modos de pensar.

Em Pedagogia da Autonomia, assim como em outras obras suas, Paulo Freire trabalha com o conceito de inacabamento como uma condição humana: “Na verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens o inacabamento se tornou consciente” (FREIRE, 1996, p. 26). 
O inacabamento está diretamente ligado, na obra do autor, à defesa de uma formação indispensável para os educadores, descrita no trecho a seguir. 
“[...] a que se funda na experiência de viver a tensão dialética entre teoria e prática. Pensar a prática enquanto a melhor maneira de aperfeiçoar a prática. Pensar a prática através de que se vai reconhecendo a teoria nela embutida. A avaliação da prática como caminho de formação teórica e não como instrumento de mera recriminação da professora” (FREIRE, 1997, p. 11). 
A identificação correta dessa formação, nos termos de Paulo Freire, é formação

  • A permanente.
  • B constante.
  • C contínua.
  • D incessante.
  • E ininterrupta.

“A ideia de oferecer uma proposta de ensino-aprendizagem mais afinada às necessidades e expectativas individuais não é nova, mas remonta aos trabalhos de Montessori nos idos de 1900, que elaborou materiais didáticos em torno do desejo natural [...]. Em terreno mais próximo, Paulo Freire defendia que a aprendizagem só acontece quando o aluno é levado a compreender o que ocorre ao seu redor, a fazer suas próprias conexões e a construir um conhecimento que faça sentido para sua vida.”.

Fonte: FILATRO, A; CAVALCANTI, C. C.; JUNIOR, D. P. A; NOGUEIRA, O. DI 4.0: inovações na educação corporativa. São Paulo: Saraiva Uni, 2019, p. 88.


Considerando-se o pressuposto acima, as metodologias e tecnologias aplicadas à experiência de aprendizagem resultam em 

  • A avanços computacionais que possibilitam modelar a realidade, de maneira totalmente artificial, proporcionando uma sensação realista de presença e imersão em ambientes projetados com essa finalidade.
  • B entrega de conteúdos e proposição de atividades sob medida dos seus conhecimentos prévios, seus interesses, suas preferências, seus estilos de aprendizagem e sua capacidade de aprender.
  • C maior consciência do aluno diante da responsabilidade de suas escolhas – manipulação, decisão e criação – e a capacidade de verificar os resultados dessas ações, mais comprometido, engajamento ou imerso na experiência dele.
  • D pequenas iterações/repetições que contrastam com as extensas fases executadas nos modelos tradicionais de DI.
O autor Paulo Freire fazia uma severa crítica à educação bancária que tem por referência as teorias tradicionais do currículo, em que o professor vê o aluno como um depósito vazio que será preenchido com conhecimentos vindos exclusivamente deste professor. Em contrapartida, Freire propõe a Educação Libertadora. Assinale a alternativa que discorre sobre a Educação Libertadora de Paulo Freire.
  • A É uma forma mecânica e autoritária de pensar sobre como organizar um programa, que implica, acima de tudo, numa tremenda falta de confiança na criatividade dos estudantes e na capacidade dos professores
  • B A curiosidade e a autonomia vão-se perdendo na produção do conhecimento, uma vez que o conhecimento é narrado pelo(a) professor(a) como algo acabado, estático
  • C Os professores quando “certos-centros” de poder estabelecem o que deve ser feito em classe, sua maneira autoritária nega o exercício da criatividade entre professores e estudantes
  • D Os protagonistas do processo são os sujeitos da educação, estudantes e professor(a) que, juntos, dialogam, problematizam e constroem o conhecimento
  • E Um docente consciente do seu papel no processo educativo prioriza o ensino dos conteúdos que são úteis para as etapas escolares seguintes

“Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária, centrada na compreensão mágica da palavra, palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam muito mais do que desvelavam a realidade, agora, pelo contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra. Agora já não é possível texto sem contexto.”
(Paulo Freire, 2021)
O posicionamento do autor apresentado no texto, priorizando a leitura de “agora”, revela uma concepção de educação e de ensino de leitura

  • A reducionista em função da ação docente, desvinculada do mundo, e ela não é coerente com os pressupostos da BNCC.
  • B pautada pela relação entre sujeitos do mundo e significativa a eles, e nela ecoam os pressupostos da BNCC.
  • C ambígua devido à falta de um recorte definido de língua, e dela estão ausentes os pressupostos da BNCC.
  • D alinhada à ideia de um ensino sistemático da língua pela gramática, e ela se harmoniza com os pressupostos da BNCC.
  • E ampliada pela abordagem dos textos e dos gêneros textuais, e ela tem pouca relação com os pressupostos da BNCC.