Questões de Profissão do Assistente Social e o Código de Ética do Serviço Social (Serviço Social)

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De acordo com o CFESS (2022), “A produção de documentos e a emissão de opinião técnica por profissionais de Serviço Social (...) esteve presente no exercício do trabalho de assistentes sociais desde o início da profissão e em praticamente todos os espaços sócio-ocupacionais, permanecendo com centralidade na atualidade”.
Assim, a produção de registros é fundamental porque:

  • A constitui a ferramenta que garante a especificidade do Serviço Social;
  • B demarca as atribuições e competências do profissional;
  • C estabelece a primazia da dimensão técnico-operativa na prática;
  • D revela a direção social do projeto ético-político da profissão;
  • E materializa a relação do profissional com os usuários e demais instituições.

Na atualidade, “A intencionalidade ético-política crítica e transformadora de nosso projeto de profissão é tensionada pelas demandas institucionais (...)” (Iamamoto, 2021).
Essa tensão diz respeito fundamentalmente:

  • A às transformações ocorridas no interior das políticas sociais, que demandam o atrelamento do trabalho profissional à restrição de direitos;
  • B aos condicionantes objetivos da inscrição do Serviço Social na divisão social do trabalho e de seu agente como trabalhador;
  • C à ampliação do mercado de trabalho informal para o assistente social, exigindo novas atribuições e competências;
  • D às contradições apresentadas entre as condições materiais do cotidiano dos usuários e as políticas sociais ofertadas pelas instituições;
  • E à limitação do trabalho do assistente social a partir das novas requisições burocráticas das instituições.

De acordo com Alfredo Batista (2020), durante a década de 1990, dois movimentos colocaram os assistentes sociais em situação diferenciada.
São eles:

  • A amadurecimento do referencial teórico-metodológico e éticopolítico que sustenta o projeto hegemônico da profissão; e refração do Serviço Social devido às transformações societárias na produção material e reprodução social;
  • B superação do tradicionalismo e do conservadorismo teórico-metodológico pela vanguarda da categoria; e abandono do trabalho institucional a partir da vertente que prioriza as políticas sociais;
  • C reconhecimento da assistência social como estruturante da prática profissional; e constituição do Projeto Ético-Político do Serviço Social;
  • D vinculação da profissão às pautas e bandeiras dos movimentos sociais e sindicatos; e precarização crescente das condições de trabalho e de salário a partir do Terceiro Setor;
  • E compreensão do papel social da profissão e sua relação medular com a classe trabalhadora; e consolidação dos pressupostos da vertente modernizadora.

Ao discutir a Ética, há que se levar em conta que os valores não valem em si mesmos. “Ao se tornar um valor abstrato, seu conteúdo e significado podem ser interpretados por diferentes perspectivas, tendendo a expressar as visões ideológicas que dominam na sociedade” (Barroco, 2022).
A partir dessa assertiva, é correto afirmar que os valores presentes no Código de Ética do Assistente Social têm como referência histórica a(s):

  • A dinâmica da sociedade fundada em inúmeras divisões entre as ideias e o mundo concreto;
  • B mediação da práxis, dirigida a uma intervenção humana que visa a transformar a realidade;
  • C lutas dos trabalhadores e dos grupos discriminados socialmente;
  • D afirmação dos direitos humanos, tendo em vista o horizonte de uma consciência crítica;
  • E formas de expressão das relações sociais fundadas na exploração do trabalho.

Em consonância com as competências e atribuições privativas asseguradas na Lei nº 8.662/1993, o CFESS publicou, em 2007, os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social. 
Segundo tal referência normativa, a intervenção profissional

  • A não deve se orientar pelo atendimento psicoterapêutico a indivíduos e famílias, mas sim à potencialização da orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais.
  • B deve atender exclusivamente as necessidades pessoais e familiares dos indivíduos em situação de fragilidade e comorbidades. 
  • C é a concretização das metas institucionais aliadas aos objetivos da classe trabalhadora.  
  • D visa à profissionalização e à autonomia da população usuária, pois reconhece as expressões da questão social como decorrentes do desemprego.  
  • E é construída coletivamente com empregadores e população usuária dos serviços.