Em 1984, pela primeira vez em vinte anos, a sucessão presidencial não seguiu os trâmites normais do período militar. Por um lado, o governo procurava evitar a Emenda Dante de Oliveira; por outro, não conseguia controlar as divergências internas do PDS em torno da definição de um candidato à presidência. A Emenda Dante de Oliveira seria votada. Entretanto, apesar de o envolvimento nas manifestações representar a vontade da maioria da população brasileira em reestabelecer as eleições diretas, a emenda acabou sendo rejeitada em 25 de abril de 1984.
(Conceição Aparecida Cabrini, 16 de abril de 1984 – Diretas Já. Em: Circe Bittencourt (org.), Dicionários de datas da história do Brasil. Texto adaptado)
Com a derrota da Emenda Dante de Oliveira,
- A a oposição liberal e setores progressistas uniram-se em torno da candidatura do governador paulista, Franco Montoro, do PMDB, que disputou e venceu o candidato situacionista, Aureliano Chaves, em eleições indiretas.
- B grupos políticos mais conservadores, caso do PTB, assumiram a direção das manifestações públicas pelas eleições diretas e conseguiram impor uma vitoriosa candidatura situacionista no Colégio Eleitoral.
- C as forças políticas que defendiam a volta das eleições diretas mantiveram-se unidas e conseguiram aprovar uma reforma constitucional que determinava que o novo presidente seria eleito diretamente em 1988.
- D os partidos oposicionistas, com a liderança do PDT, condenaram a manutenção das eleições indiretas por meio do Colégio Eleitoral e colocaram em pauta uma nova emenda constitucional com o objetivo de eleições diretas em 1985.
- E setores moderados da oposição, conduzidos pelo PMDB, aliaram-se ao PFL, partido fundado por dissidentes do PDS, e lançaram como candidato à presidência o governador de Minas Gerais Tancredo Neves, do PMDB.