Leonardo Da Vinci foi o curioso mais insistente da história. Perguntava o porquê e o como de tudo o que via. Descobre, anota: quando pode ver, desenha. Copia. Faz a mesma pergunta uma, duas, várias vezes. A curiosidade de Leonardo unia-se a uma energia mental incansável. Chega a ser cansativa a leitura de suas intermináveis anotações. Não se contenta com um sim por resposta. Não deixa nada de lado: preocupa-se, expõe, responde a interlocutores imaginários. De todas as perguntas, a mais insistente é a questão sobre o homem não o homem de espírito, razão e memória como um deus imortal de Alberti, mas o homem como mecanismo. Como anda? E ensina como se desenha um pé de dez maneiras diferentes, cada uma revelando componentes diversos na sua estrutura. Como o coração bombeia o sangue? O que acontece quando o homem espirra ou boceja? Como vive, quando feto, no útero? Por que morre de velhice? Leonardo descobriu um centenário num hospital de Florença, e esperou alegremente que ele morresse para examinar-lhe as veias. Cada pergunta exigia uma dissecação e cada dissecação era desenhada com precisão maravilhosa. (CLARK, Kenneth. Civilização. São Paulo, Martins Fontes, 1980. P. 155.)
Inspirados nas obras da Antiguidade Clássica, os renascentistas começaram a refletir sobre o papel da natureza e dos fenômenos naturais de modo a explicá-lo melhor sob o ponto de vista da razão. Essa e outras mudanças:
- A Quebravam definitivamente a ideia da intervenção divina tão propagada durante a Idade Média como, por exemplo, no caso da Peste Negra, vista como castigo divino.
- B Levaram toda a interpretação racional e empírica a rumos tão incontroláveis, que as críticas sobre os documentos e falas da Antiguidade os levou à completa descrença.
- C Contribuíram para a ascensão de classes sociais menos abastadas, uma vez que o conhecimento, divulgado com uma amplitude nunca antes experimentada, não obedecia a diferenças econômicas.
- D Na reflexão da realidade em torno do ser humano, deram origem e dinamizaram diversas características, como possíveis formas de governo e os limites entre a religião e o Estado – que se tornaria laico.