Questões de Saúde no trabalho (Psicologia)

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De acordo com Jacinto et al. (In: TOLFO, 2020), os fatores psicossociais relacionados ao trabalho podem tanto ser protetivos e promotores de saúde, quanto apresentar riscos aos trabalhadores. Sobre os riscos psicossociais relacionados ao trabalho, marque a alternativa INCORRETA:

  • A Observação direta e técnicas qualitativas que exploram a percepção dos trabalhadores são algumas abordagens de mensuração dos fatores de risco.
  • B Os fatores de risco podem ser enfrentados pelos indivíduos quando há o reconhecimento do trabalho, propiciando a aquisição de um sentido para todo o investimento pessoal demandado.
  • C As intervenções que objetivam diminuir os riscos psicossociais relacionados ao trabalho devem considerar apenas a dimensão individual dos trabalhadores.
  • D A solidariedade de classe no coletivo de trabalho é um recurso possível para transformar o sofrimento decorrente dos riscos em fator protetivo.

“Contra este medo e a impressão dolorosa de que deve ser, bem ou mal, assumida individualmente, os trabalhadores elaboram defesas específicas. Quando são muito eficazes, praticamente não se encontra mais nenhum traço de medo no discurso do trabalhador. Assim, para estudá-la, é preciso procurar pelos sinais indiretos que são justamente estes sistemas defensivos.” (DEJOURS, 2018)
Considerando os mecanismos de defesa em relação ao medo no ambiente de trabalho, marque a alternativa INCORRETA:

  • A Esta atitude de desprezo pelo risco não pode ser tomada ao pé da letra, como acontece muitas vezes. O desprezo, a ignorância e a inconsciência com relação ao risco são apenas uma fachada.
  • B Este sistema defensivo funciona individualmente, por meio de uma estratégia defensiva simbólica. Através das contribuições individuais que o sistema se sustenta. Cada indivíduo nunca fala sobre o perigo, risco, acidente e nem do medo assim, eles se somam individualmente num coletivo desarticulado e expressivo.
  • C A consciência aguda do risco de acidente, mesmo sem maiores envolvimentos emocionais, obrigaria o trabalhador a tomar tantas precauções individuais que ele se tornaria ineficaz do ponto de vista da produtividade.
  • D Os trabalhadores as vezes acrescentam ao risco do trabalho o risco das performances pessoais e de verdadeiros concursos de habilidade e de bravura. Nestes testes rivalizam entre si, mas ao fazê-lo, tudo se passa se fossem eles que criassem cada risco, e não mais o perigo que se abate sobre todos.

De acordo com o texto, na “compensação aparentemente natural das violências do trabalho, o tempo fora do trabalho não traz para todas as vantagens que poderíamos esperar” (DEJOURS, 2018), considere o uso do “tempo fora do trabalho” e analise as afirmativas abaixo.
Marque como verdadeiro (V) ou falso (F) e, a seguir, responda o que se pede.
( ) Os médicos do trabalho, na prática da fábrica, encontram às vezes este fenômeno se traduz pela recusa de certos operários em aceitar as paralisações de trabalho prescritas pelo médico que o está tratando. Este "presenteísmo" pode ter outras origens (de ordem salarial), mas há casos em que a causa é a luta individual para preservar um condicionamento produtivo arduamente adquirido.
( ) Se levarmos em conta o custo financeiro das atividades fora do trabalho (esporte, cultura, formação profissional) e do tempo absorvido pelas atividades inelásticas (tarefas domésticas, deslocamentos), poucos são os trabalhadores e as trabalhadoras que podem organizar o lazer de acordo com seus desejos e suas necessidades fisiológicas.
( ) O tempo fora do trabalho é desagregado do tempo despendido no trabalho, ao se deslocar para suas vidas pessoais os trabalhadores são, novamente livres e, enquanto artesãos de suas atividades alguns desenvolvem estereótipos comportamentais como resíduos anedóticos desenvolvidos ativamente nos ambientes de trabalho, mostrando o desenvolvimento de um vínculo psíquico com sofrimento.
( ) Assim, o ritmo ativo e cronometrado do tempo fora do trabalho não é somente uma contaminação, mas antes uma estratégia, destinada a manter eficazmente a repressão dos comportamentos espontâneos que marcariam uma brecha no condicionamento produtivo.
Marque a alternativa CORRETA:

  • A V, V, F, V.
  • B V, F, F, V.
  • C F, F, V, F.
  • D F, V, V, F.

Em relação às Clínicas do Trabalho (BENDASSOLLI; SOBOLL, 2011), correlacione as teorias às suas características:
1) Psicodinâmica do Trabalho 2) Clínica da Atividade 3) Psicossociologia 4) Ergologia
( ) Busca investigar as reciprocidades entre o individual e o coletivo, o psíquico e o social, assim como a compreensão dos processos grupais.
( ) Reconhece que o coletivo regula a ação individual e que o trabalho permeia, simultaneamente, a dimensão da história singular e a história de um ofício.
( ) Considera que os jogos de reconhecimento são capazes de transformar o sofrimento em prazer nas atividades de trabalho.
( ) Entende a atividade como direcionada por um universo instável de valores e normas, constantemente reformulados e transgredidos.
A sequência CORRETA na ordem de cima para baixo é:

  • A 3, 1, 2, 4.
  • B 1, 2, 4, 3.
  • C 4, 3, 1, 2.
  • D 3, 2, 1, 4.

“Mesmo intenso, o sofrimento é razoavelmente bem controlado pelas estratégias defensivas, para impedir que se transforme em patologia. Resta saber se as descompensações são sempre evitáveis ou evitadas.” (DEJOURS, 2018)
Considerando o sofrimento no trabalho, avalie as assertivas abaixo e marque a opção INCORRETA:

  • A A exploração do sofrimento pela organização do trabalho não cria doenças mentais específicas. Não existem psicoses de trabalho, nem neuroses do trabalho. Até os maiores e mais ferrenhos críticos da nosologia psiquiátrica não conseguiram provar a existência de uma patologia mental decorrente do trabalho. Apenas algumas interpretações simplistas atribuem à sociedade a causa de todas as doenças mentais.
  • B Clinicamente, o fracasso do funcionamento mental e a inadequação da organização do trabalho às necessidades da economia psicossomática se convertem em doenças somáticas, expressas pela fadiga resultante diretamente da sobrecarga de trabalho.
  • C O defeito crônico de uma vida mental sem saída mantido pela organização do trabalho tem provavelmente um efeito que favorece as descompensações psiconeuróticas. A organização do trabalho talvez inscreva seus efeitos mais nas possibilidades de tratamento de uma doença mental, do que em seu determinismo.
  • D Os efeitos da organização do trabalho na economia psicossomática podem ser explicados pelo fato de que as doenças somáticas aparecem sobretudo em indivíduos que apresentam uma estrutura mental caracterizada pela pobreza ou ineficácia das defesas mentais (falta de vida onírica ou de atividades fantasmáticas, ausência de sintomas psiconeuróticos, má qualidade do funcionamento mental: ineficácia funcional do pré-consciente).