Questões de Técnica Jornalísticas (Comunicação Social)

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Quando uma publicação ou programa noticia um furo importante obtido em fontes exclusivas, outras redações decidem se também noticiarão ou não o mesmo fato. Neste caso, denominado no “Manual de Redação e Estilo da Folha de S. Paulo” como “furo tomado”, o mais indicado para um repórter/redator é

  • A não redigir qualquer texto sobre o furo tomado.
  • B redigir um texto curto e discreto sobre o furo tomado.
  • C redigir um texto sobre outro tema relacionado ao furo tomado.
  • D redigir um texto sobre outro tema para atenuar o furo tomado.
  • E redigir o texto e nominar o veículo que deu o furo tomado.

As fontes podem ser primárias, secundárias etc. A testemunha de um acidente, um outro documento original são fontes primárias. O livro que cita outro livro, o político que revela ao jornalista aquilo que outro político disse são fontes secundárias. O jornalista deve procurar, sempre que possível, privilegiar as fontes primárias, pois normalmente são mais fidedignas. Assim, pode-se afirmar que as qualidades de uma boa fonte são:

  • A o valor da informação, a fonte primária e a fonte secundária.
  • B a especialidade, o estatuto profissional e a habilidade.
  • C o relacionamento social, a primazia da informação e o estatuto social.
  • D a representatividade, a credibilidade e a autoridade.
  • E a confiabilidade, o grau de conhecimento sobre o assunto e o nível sócioeconômico.

Sobre o lead é INCORRETO afirmar que

  • A todos os leads obedecem às regras de construção (O Quê, Quem, Quando, Onde, Por quê e Como), devendo conter todas as respostas obrigatoriamente no primeiro parágrafo do texto; e somente no caso da reportagem ou fait divers tal não é sequer desejável.
  • B é uma importante conquista da informação jornalística, pois representa a reprodução sintética da singularidade da experiência individual. As formulações genéricas são incapazes de reproduzir essa experiência.
  • C o lead é o primeiro parágrafo da notícia e nele o leitor deverá encontrar resposta a seis questões fundamentais: O Quê, Quem, Quando, Onde, Por quê e Como; sendo que as duas últimas questões ? Por quê e Como ? podem, na maioria das vezes, omitir-se do lead, guardando-se para o parágrafo subseqüente.
  • D o caráter pontual do lead, sintetizando algumas informações básicas quase sempre no início da notícia, visa à reprodução do fenômeno em sua manifestação empírica, fornecendo um epicentro para a percepção do conjunto. É por esse motivo que o lead torna a notícia mais comunicativa e mais interessante, pois otimiza a figuração singularizada da reprodução jornalística.
  • E o tipo de lead a utilizar depende, evidentemente, do caráter do acontecimento; sendo que só os leads diretos requerem depois a utilização da pirâmide invertida e, eventualmente, a construção por blocos.

Nos textos jornalísticos abaixo estão sublinhados três problemas que devem ser evitados:

I. Mas existe uma diferença entre querer ficar bem e estar maníaca em busca do corpo perfeito, se sacrificando em regimes que fazem mal e passando horas na academia malhando mais do que o recomendado por médicos e especialistas da área esportiva (TPM, 11/02).

II. Na sede da delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), Suzane confessou ter planejado e participado do brutal assassinato de seus pais (IstoÉ, 11/02).

III. Pouco depois de exibir lágrimas oceânicas no enterro dos Richthofen, todos cantarolavam e ouviam música na beira da piscina (Época, 11/02).

Pode-se afirmar que foi utilizado nos textos, respectivamente,

  • A redundância, hipérbole, hipérbole.
  • B redundância, hipérbole, redundância.
  • C gerundismo, hipérbole, redundância.
  • D gerundismo, redundância, hipérbole.
  • E hipérbole, hipérbole, redundância.

A primeira notícia redigida segundo a técnica da "pirâmide invertida" teria sido publicada no The New York Times, em abril de 1861. A partir da segunda metade no século XX, alguns dos mais importantes periódicos latino-americanos passaram a publicar notícias das agências norte-americanas, redigidas segundo esse modelo. Nesse período, essa técnica se espalhou gradativamente, tendo chegado no Brasil exatamente em 1950, pela iniciativa do jornalista Pompeu de Sousa. Pode-se afirmar que

  • A a pirâmide invertida não é um formato narrativo, mas um estilo. Além disso, por definição, para usar a pirâmide invertida num texto é necessário que ele seja condensado em um parágrafo que, desde o início do século XX, se chama summary lead ou abertura resumida.
  • B a pirâmide da informação seria invertida porque, ao contrário das pirâmides físicas, o mais importante estaria no cume da pirâmide, ou seja, no final do texto.
  • C a tese da pirâmide invertida quer ilustrar que a notícia caminha do "menos importante" para o "mais importante".
  • D a pirâmide invertida é um jargão jornalístico para identificar um formato de textos em que a parte mais importante da notícia ou da informação é colocada logo no primeiro parágrafo. O formato tornou-se quase uma unanimidade na imprensa, porque poupa tempo do leitor e permite que o texto seja cortado para adequarse ao espaço editorial disponível, sem comprometer a qualidade da notícia ou da informação.
  • E a pirâmide invertida é a técnica mais comum de construção das notícias e segue a elaboração de um bom lead direto. Significa que, numa notícia, todas as informações restantes são dadas por ordem crescente de importância, de forma que, à medida que se vai descendo no corpo da notícia, os fatos relatados vão se tornando cada vez mais essenciais.