Questões de Vanguardas Europeias (Literatura)

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Tradicionalmente, o palco pode apresentar uma variedade de estilos cênicos, entre os quais se destacam o estilo realista (põe em evidência detalhes ambientais para sugerir sensações e emoções vividas pelas personagens), o estilo expressionista (os objetos são distorcidos ou estilizados, com o fim de sugerir, mais que mostrar, o ambiente de atuação das personagens), o estilo simbolista (os objetos concretos sugerem ideias abstratas, segundo associações sinestéticas tradicionais: o verde, vestido pelos mágicos, indica a esperança; o vermelho, a cor do demônio, sugere uma paixão violenta; a veste branca simboliza a candura, a castidade). (Adaptado de Salvatore D´Onofrio, Teoria do texto 2: Teoria da lírica e do drama. São Paulo: Ática, 1995, p. 138.)
Sem identidade, hierarquias no chão, estilos misturados, a pós-modernidade é isto e aquilo, num presente aberto pelo e. (Jair Ferreira dos Santos, O que é o pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 110.)
Com base nas indicações cênicas (as didascálias) que abrem e fecham a peça O marinheiro, de Fernando Pessoa, é correto afirmar que o seu estilo é

  • A expressionista, dadas a ausência de ações dramáticas e a presença de sugestões alegóricas como, por exemplo, o canto do galo.
  • B simbolista, uma vez que os elementos que compõem a cena dramática sugerem alguns significados de natureza filosófica.
  • C realista, porque as imagens da noite, do luar e do alvorecer indicam precisamente a passagem do tempo.
  • D pós-modernista, tendo em vista que os objetos descritos criam uma atmosfera mágica, na qual a ilusão não se distingue da realidade.
O Jeca Tatu, que desponta no artigo “Velha Praga”, incluído em Urupês, é o símbolo do atraso e ignorância do homem rural paulista, responsável pela devastação das matas da Mantiqueira, pela prática agrícola da queimada (coivara) e pela decadência da agricultura da região. O Jeca foi tomado como símbolo nacionalista em discurso famoso de Rui Barbosa, no Senado, transformou-se depois, em garotopropaganda de um conhecido fortificante, o Biotônico Fontoura. Posteriormente, o autor reconhece que o Jeca Tatu, embora possuísse todos os defeitos que apontou, ainda era a melhor coisa que o Brasil possuía. Em 1947, em outro livrinho. O Zé Brasil, o autor retoma a figura do Jeca, mas em outra perspectiva: o sistema econômico brasileiro é o culpado de tudo, tudo pertence a uns poucos homens, e os milhões de jecas-tatus e zés-brasis é que pagam... Jeca Tatu simboliza a situação do caipira brasileiro, abandonado pelos poderes públicos às doenças, ao atraso econômico, educacional e à indigência política. Jeca Tatu, um caipira de barba rala e calcanhares rachados, porque não gostava de usar sapatos, era pobre, ignorante e avesso aos hábitos de higiene urbanos. Morava na região do Vale do Paraíba (SP), distinta por seu atraso, naquela época. O criador da personagem Jeca Tatu é:
  • A Rui Barbosa.
  • B Monteiro Lobato.
  • C Euclides da Cunha.
  • D Lima Barreto.

O soneto, embora modernista, é modulado por um tom romântico, ao passo que a pintura é

  • A realista, porque mimetiza a realidade epidérmica.
  • B surrealista, pois dialoga com o automatismo psíquico.
  • C impressionista, já que contrasta tons claros e escuros.
  • D dadaísta, uma vez que indica o niilismo perante a vida.
  • E expressionista, por revelar realidades subjetivas e emocionais.

Nota-se, tanto no poema quanto na pintura apresentados, o retrato de um sentimento de

  • A angústia
  • B arrependimento
  • C contentamento
  • D êxtase
  • E recato
Para desvirginar o labirinto Do velho e metafísico Mistério, Comi meus olhos crus no cemitério, Numa antropofagia de faminto!
A digestão desse manjar funéreo Tornado sangue transformou-me o instinto De humanas impressões visuais que eu sinto, Nas divinas visões do íncola¹ etéreo²!
Vestido de hidrogênio incandescente, Vaguei um século, improficuamente³, Pelas monotonias siderais...
Subi talvez às máximas alturas, Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras, É necessário que ainda eu suba mais!
(“Solilóquio de um Visionário”, de Augusto dos Anjos, Eu e Outras Poesias)

¹íncola: habitante
²etéreo: referente ao céu
³improficuamente: inutilmente
Augusto dos Anjos é um poeta contextualizado no Pré-Modernismo, época literária em que houve um entrecruzamento de várias posturas artísticas. Assinale a opção que traz um aspecto de estilo não incorporado no poema acima.
  • A Do Modernismo, em sua fase inicial, a busca pela hegemonia da cultura popular, com linguagem acessível.
  • B Do Parnasianismo, o rigor formal, a escolha do soneto com uso de rimas ricas, ou seja, com palavras de classes gramaticais diferentes.
  • C Do Simbolismo, a evocação do aspecto espiritual, mais as referências ao metafísico, etéreo, vago e misterioso.
  • D Do Naturalismo, a utilização de vocabulário científico (“hidrogênio”) e imagens agressivas, antirromânticas.
  • E Do Expressionismo, o gosto pelo grotesco, com imagens deformadas, pelo tom de exagero.