Questões de Concursos do Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN)

Limpar Busca

A arte de imitar está muito afastada da verdade, sendo que por isso mesmo dá a impressão de poder fazer tudo, por só atingir parte mínima de cada coisa, simples simulacro. O pintor, digamos, é capaz de pintar um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem conhecer absolutamente nada das respectivas profissões. No entanto, se for bom pintor, com o retrato de um carpinteiro, mostrado de longe, conseguirá enganar pelo menos crianças ou pessoas simples e levá-las a imaginar que se trata de um carpinteiro de verdade.

(PLATÃO. A República (Livro X). In: MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p. 558.)


Sobre a relação entre arte e verdade, assinale a alternativa correta, segundo o pensamento platônico.

  • A As obras de arte estão distanciadas três graus da realidade, e, por isso, estão muito distantes da representação da verdade.
  • B Não poderíamos nos aproximar da verdade por meio das obras de arte, uma vez que elas apresentam somente uma representação das ideias.
  • C Existe um valor positivo da arte imitativa, mas no âmbito da cidade ela era corrosiva, pois, em relação à verdade, desloca a atenção que a política necessitava.
  • D As obras de arte são necessárias para uma aproximação da verdade, mas apenas no âmbito privado, negando dessa forma, sua função na cidade e, portanto, deveriam ser excluídas.

É pois a Tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes [do drama], [imitação que se efetua] não por narrativa, mas mediante atores, e que suscitando o “terror e a piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções”.

(ARISTÓTELES. Poética (Capítulo VI). In: DUARTE, Rodrigo (org.). O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. p. 37.)

Segundo o pensamento aristotélico, é correto afirmar que a Tragédia

  • A imita o cotidiano e os homens comuns, da mesma forma que a Epopeia, diferindo apenas em métrica.
  • B não é uma imitação dos homens, como na Comédia, mas de ações e de vida, de felicidade ou infelicidade.
  • C assim como a Comédia, procura imitar de modo apaixonado, os homens inferiores, focando em sua torpeza anódina e inocente.
  • D assim como a Epopeia, não se regula pela política e pela oratória, uma vez que a linguagem do cidadão foi substituída pela fala do orador.

– Então, tomemos dessas pluralidades a que quiseres; a seguinte, por exemplo, se estiveres de acordo: leitos há muitos, e também mesas. – Como não? – Porém para todos esses móveis só há duas ideias: a ideia do leito e a ideia da mesa. – Certo. – Costumamos, também, dizer que os obreiros desses móveis têm em mira a ideia segundo a qual um deles apronta leitos e outros as mesas de que nos servimos, e assim para tudo o mais. Porém a ideia em si mesma, o obreiro não fabrica. Como o poderia? (PLATÃO. A República – livro X. In: MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p. 553)
O trecho citado, retirado do Livro X da República de Platão, expressa

  • A a crítica à imitação como afastamento da verdade em três graus.
  • B um caso tipificado de contemplação das formas pela experiência.
  • C o reconhecimento da forma de leito e de cadeira por reminiscência.
  • D uma explicação do uno e do múltiplo pressupondo a teoria das ideias.

Agora, porém, partirá injustiçado se de fato for embora, mas não por nós, as leis, e sim pelos homens; mas se fugir depois de tão vergonhosamente revidar injustiça com injustiça e o mal com o mal, rompendo os seus pactos e acordos conosco e ferindo àqueles que menos deveria – a si mesmo e aos amigos, ao país e a nós – , ficaremos zangadas com você...

(PLATÃO, Críton. In MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. p. 25)


Com o argumento exposto no texto, Sócrates convence Críton de que, apesar da pena que recebe, sua recusa a fugir faz sentido. Sobre o argumento de Sócrates, é correto afirmar que

  • A fugir é alternativa correta, porém a morte eleva a alma até as ideias, o Bem e a Verdade.
  • B as leis são injustas e seu destino é cumprir a sentença de morte, a verdade absoluta da vida, pois o Estado pretende uma verdade menor.
  • C as leis dizem a verdade que o Estado ordena, e os homens são livres para fugir ou submeter-se às leis, que são válidas conforme interesses.
  • D homens cometem injustiça e as leis representam a verdade, fugir consistiria em abdicar do que é precioso, o acordo com as leis e a reverência ao Estado.

Tendo como base apenas os trechos citados, considere as seguintes afirmações:

I. Para ambos os autores, a filosofia demanda uma necessidade de conhecer.

II. De acordo com texto 1, sentir-se ignorante não é próprio do ignorante nem do sábio.

III. Para Platão a filosofia tem a mesma natureza divina que Eros.

IV. Aristóteles supõe que o ser humano possui a necessidade prática de conhecer.

São afirmações corretas apenas

  • A I e II.
  • B I e IV.
  • C II e III.
  • D I, III e IV.