Questões da Prova do Instituto Federal Norte de Minas Gerais (IFN-MG) - Engenheiro Elétrico - FCM (2018)

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Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia (1996), afirma que a “reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo” (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996).


De acordo com este autor, é um saber necessário à prática docente crítica a
  • A precisão técnica do conhecimento que deve ser ensinado sem variação do raciocínio.
  • B busca por novas metodologias de ensino que potencializem a aprendizagem do aluno.
  • C indagação constante, metodicamente rigorosa, que promove a superação da realidade.
  • D adoção de novas tecnologias que sejam alinhadas às formas de pensar das novas gerações.
  • E criação de um referencial teórico único e inquestionável que embase a prática pedagógica.

Analise o texto a seguir.

Aprendemos também de muitas maneiras, com diversas técnicas e procedimentos, mais ou menos eficazes para conseguir os objetivos desejados. A aprendizagem ativa aumenta a nossa flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de alternar e realizar diversas tarefas, operações mentais ou objetivos e de adaptar-nos a situações inesperadas, superando modelos mentais rígidos e automatismos pouco eficientes.

(BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. São Paulo: Penso Editora, 2017).


A aprendizagem ativa compreende o uso de metodologias que requerem a prática (aprender fazendo) por parte do estudante. A aprendizagem baseada em projetos é uma destas metodologias e postula uma organização para ser eficaz.

Numere as atividades na sequência que demonstre a organização de um projeto educacional do planejamento à finalização de acordo com os autores José Moran e Lilian Bacich.

( ) Oficina de ideias e criatividade. ( ) Sessão de apresentação de temas desafiadores. ( ) Roda de debate: outras ideias. ( ) Relatório de avaliação das etapas e produção. ( ) Oficina de planejamento e divisão de tarefas. ( ) Feira de apresentação dos projetos. ( ) Oficina de produção compartilhada de soluções.

A sequência correta dessa numeração é

  • A (2); (1); (5); (4); (3); (7); (6).
  • B (1); (5); (2); (7); (6); (3); (4).
  • C (3); (4); (6); (5); (2); (1); (7).
  • D (4); (7); (3); (6); (1); (2); (5).
  • E (7); (2); (4); (3); (5); (6); (1).
De acordo com os posicionamentos do autor Antoni Zabala, na obra A Prática Educativa: como ensinar (1997), no que diz respeito à análise e ao aprimoramento da prática educativa por parte do docente, é correto afirmar que
  • A para que se delimitem as intervenções pedagógicas adequadas a determinado contexto, há que se considerar suas especificidades e todas as variáveis que compõem o processo de aprendizagem, evitando a recorrência a marcos teóricos e conhecimentos já consolidados e priorizando o pensamento prático.
  • B para que a análise da prática educativa seja efetiva, há que se priorizar a reflexão em detrimento da ação, estipulando uma ordenação racional e lógica do pensamento para que se possa prever, de maneira fundamentada, as medidas práticas a serem tomadas em prol do aprimoramento dos processos de aprendizagem.
  • C no exercício de análise da prática educativa, o uso de referenciais teóricos do campo dos saberes, acerca dos processos de aprendizagem, pode ser considerado, em certo âmbito, um fator engessador do desenvolvimento docente, por contribuir para o desencorajamento dos profissionais a produzirem seus próprios métodos de trabalho.
  • D o repertório de conhecimentos de que se dispõe acerca dos processos de ensino e aprendizagem é suficiente para, no mínimo, identificar formas de atuação e de relacionamento entre professor e alunos, além de materiais, instrumentos de avaliação e contextos de aprendizagem que seriam pouco apropriados a determinado objetivo pedagógico.
  • E a prática educativa é algo fluido, dinâmico, vivo e fugidio, o que inviabiliza a delimitação, de antemão, de referenciais e conhecimentos prévios que norteiem o planejamento, a aplicação e a avaliação das intervenções pedagógicas e exige do docente o desenvolvimento de postura adaptável e competências resolutivas para responder aos problemas práticos com que se depara.

Em sua obra Didática (1992), José Carlos Libâneo explicita que a apropriação do conhecimento universal, produzido durante milênios de história pelo estudante, é o objetivo máximo das instituições escolares. Entretanto, Libâneo aponta que essa apropriação não deve ser acrítica, mas o conhecimento deve ser submetido “ao crivo de seus determinantes sociais para recuperar seu núcleo de objetividade...” e, ainda, afirma que, em “outras palavras, para tornar efetivo o processo educativo, é preciso dar-lhe uma orientação, as finalidades e os meios para sua realização, conforme opções que se faça, quanto ao tipo de educação que se pretende e ao tipo de sociedade a que se aspira” (LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1992).

O docente que estabeleça sua prática com base na dimensão crítico-social dos conteúdos aplica

  • A padrões de tratamento da informação: exposição, aplicação, correção, avaliação e revisão do processo.
  • B técnicas de compreensão: leitura, interpretação, memorização e transposição para novos contextos.
  • C procedimentos de categorização: simples para complexo, específico para geral, individual para coletivo.
  • D atividades para desenvolver o livre pensamento: criação, prototipagem, testagem e aprimoramento.
  • E métodos próprios da ciência: observação, identificação, comparação, estabelecimento de relações e conclusão.

O desenho, a seguir, produzido no século XIX pelo francês Jean Marc Cotê, ilustra uma alternativa de como seria uma escola do futuro no imaginário da época.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

(Disponível em: https:commons.wikimedia.org/wiki/File:France_in_XXI_Century._School.jpg . Acesso em: 31 out. 2018)

Considerando as circunstâncias pedagógicas apresentadas na imagem e as possíveis características do modelo social por detrás delas, de acordo com os conhecimentos trabalhados pelo autor Cipriano C. Luckesi, na obra Avaliação da Aprendizagem Escolar (2002), é possível afirmar que a prática de avaliação escolar, mais condizente com o contexto representado, possui um caráter

  • A libertador, tendo por objetivo a mera reprodução e conservação da sociedade e a domesticação dos educandos.
  • B diagnóstico, voltado para o desenvolvimento da autonomia e de competências para a participação democrática na vida social.
  • C classificatório, situado no bojo de uma pedagogia preocupada com a transformação social em detrimento da conservação do modelo social vigente.
  • D autoritário, visando, por meio de seu cunho disciplinador, ao enquadramento dos estudantes nos parâmetros de equilíbrio social previamente estabelecidos.
  • E renovador, centrado no processo de aprendizagem, na espontaneidade da produção do conhecimento por parte do educando e em suas diferenças individuais.