Questões da Prova da Prefeitura Municipal de Lavras - Professor - História - FUNDEP (Gestão de Concursos) (2023)

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Na economia, grandes multinacionais alemãs de sucesso, famosas e presentes até hoje, tiveram relação com esse sistema totalitário entre os anos 30 e 40 do século passado. Elas admitem que se beneficiaram de políticas do governo nazista, ou mesmo da proximidade com seus líderes, e hoje lamentam a situação no passado. Volkswagen, BMW e Mercedes usaram trabalhadores forçados de campos de concentração durante o regime nazista na Alemanha. A grife Hugo Boss confeccionou uniformes para o exército alemão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O Deutsche Bank confiscou bens de judeus no mesmo período e vendeu ouro de vítimas do Holocausto. Muitas dessas empresas financiaram estudos para revelar fatos obscuros do próprio passado e pagaram compensações a vítimas do Holocausto por meio da “Erinnerung, Verantwortung, Zukunft” (Lembrança, Responsabilidade e Futuro), fundação criada no final dos anos 1990 por empresas alemãs e o governo do país com o objetivo de indenizar escravos, trabalhadores forçados e outras vítimas do nazismo.

Disponível em: https://economia.uol.com.br/ noticias/redacao/2017/09/12/empresas-nazismo. htm#:~:text=Economia-,Volks%2C%20BMW%2C%20 Hugo%20Boss%3A%20essas%20e,outras%20gigantes%20 ajudaram%20Alemanha%20nazista. Acesso em: 10 abr. 2022.


O século XX foi marcado por novas relações políticas e econômicas, conforme é exemplificado na reportagem.


Por meio dos estudos das informações apresentadas na reportagem, os estudantes poderão constatar que

  • A a presença atual do autoritarismo se justifica pela atuação e respaldo de investidores famosos no mercado mundial.
  • B houve favorecimento e apoio de grandes empresas capitalistas ao governo totalitário alemão, que hoje buscam reparar tais erros.
  • C a vitória militar nazista na guerra foi articulada por vários setores empresariais, interessados em lucrar com suas redes de apoio.
  • D o intervencionismo nazista conflitou com os interesses dos empresários, que buscaram, porém, por meio de outras estratégias, enriquecer diante do crescimento desse governo.

Leia o texto a seguir.

No final do século XIX, o Paraguai era um país paupérrimo do ponto de vista econômico, praticamente sem autoestima do passado e carente de heróis paradigmáticos. O Paraguai era apresentado como um país de déspotas e derrotado em uma guerra da qual fora o agressor. Ao mesmo tempo, despontava uma geração de estudantes universitários e secundaristas – poucos e concentrados em Assunção –, desejosos de construir uma sociedade melhor, mas sem encontrar um pensamento que, ao mesmo tempo, recuperasse a autoestima nacional e rompesse o sentimento de inferioridade em relação às outras nações, e apontasse para a superação da realidade miserável. Esses jovens necessitavam de heróis que encarnassem os valores, supostos ou verdadeiros, da nacionalidade paraguaia. A educação liberal oferecia-lhes quase que unicamente a denúncia do passado e dos “anti-heróis”, os três ditadores que governaram o país até 1870. Essas circunstâncias viabilizaram o nascimento, no Paraguai, do revisionismo histórico da figura de Solano López, também conhecido como lopizmo. Esse movimento buscou transformar a imagem de Solano López de ditador, responsável pelo desencadear de uma guerra desastrosa para seu país, em herói, vítima da agressão da Tríplice Aliança e sinônimo de coragem e patriotismo.

DORATIOTO, Francisco. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 80.


A Guerra do Paraguai é um tema que levantou e levanta debates historiográficos, que hoje são abordados nos materiais didáticos e que devem ser discutidos em sala de aula. Sobre o debate, apresentado no texto, é correto afirmar: 

  • A A linha revisionista apresentada por Doratioto é a mais aceita atualmente nos estudos acadêmicos e escolares, por explicar mais satisfatoriamente as origens da Guerra do Paraguai.
  • B O texto faz parte de uma tese de um estudioso brasileiro que ajudou a linha revisionista a exaltar o governo do ditador Solano López, que passou a ser símbolo de bravura e resistência paraguaia.
  • C O revisionismo histórico, articulado por estudiosos do Paraguai, foi descartado pela historiografia brasileira, que, desde os tempos do conflito externo, questionou a ideia de desenvolvimentismo do Paraguai.
  • D Foi construída uma narrativa de que o desenvolvimento do Paraguai, articulado por Solano López, atrapalhou os interesses ingleses na América, e por isso eles se uniram ao Brasil, Argentina e Uruguai em uma guerra contra esse emergente país.

Leia os textos a seguir.


Texto I


Não é natural, nem podemos esperar, que todos os trabalhadores escravos, adquirindo a liberdade, permaneçam nos estabelecimentos agrícolas e se dediquem aos rudes serviços da lavoura. Com a modificação do sistema, a fixação do salário e os esforços do proprietário, muitos libertos poderão, embora deslocando-se das fazendas em que viveram como escravos, continuar a prestar serviços à lavoura. Creio, porém, que a maior parte, pelo menos ao primeiro período da libertação, fugirá ao trabalho, entregando-se ao ócio e à vadiagem.

Relatório da Província de São Paulo, intitulado Transformação do trabalho, publicado pelo Correio Paulistano nos dias 11 e 12 de janeiro de 1888. Disponível em: https://www.historia.uff. br/stricto/files/public_ppgh/hol_2011_CaminhosLiberdade.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.


Texto II


Na história da humanidade, este fato [a emancipação dos escravos em São Paulo] será assinalado para glória da iniciativa dos fazendeiros paulistas, que, colocando-se à frente do movimento emancipador, deram a mais brilhante prova, tanto da sua prudência econômica, como da coragem heroica com que souberam enfrentar as dificuldades da situação aflitiva em que se viram colocados.

Correio Paulistano, 17 de janeiro de 1888. Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/files/public_ppgh/hol_2011_ CaminhosLiberdade.pdf. Acesso em: 25 abr. 2022.


Esses textos, publicados no Brasil no contexto da abolição da escravidão, podem enriquecer os debates sobre essa temática em sala de aula.


Assinale a alternativa em que uma análise desses textos, que deve ser feita nesses debates, é apresentada corretamente. 

  • A Os textos demonstram o preparo da província de São Paulo para lidar com as consequências socioeconômicas da abolição da escravidão.
  • B O jornal paulista, em ambas as publicações, destaca o protagonismo da elite cafeeira de São Paulo no processo de emancipação dos escravizados.
  • C Ambos os textos são preconceituosos, visto que o primeiro associa abolição à vadiagem e o segundo retira o protagonismo dos negros no processo de abolição.
  • D O texto I reforça a dificuldade dos libertos em trabalharem como assalariados nas lavouras, e o texto II atribui aos fazendeiros paulistas o protagonismo no processo de abolição da escravatura.

É possível ser neutro frente à violência da conquista da América? É possível ser neutro frente ao trabalho escravo? É possível ser neutro frente aos campos de extermínio nazistas? É possível ser neutro frente ao bombardeio de Hiroshima e Nagasaki? Ora, é impossível trabalhar esses temas com a mesma isenção do professor que ensina a regência dos verbos, o que não significa que este professor e aqueles das demais disciplinas não tenham compromisso com a educação dos futuros cidadãos. A diferença é que ensinar História também significa comprometer-se com uma estética de mundo, onde guerras, massacres e outras formas de violência precisam ser tratados de modo crítico.

MICELI, Paulo. Uma pedagogia da história? O ensino de História e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 2009. p. 41.


De acordo com o texto, o ensino da História se difere das demais disciplinas na medida em que

  • A liberta o educador para apresentar em sala de aula suas convicções e ideologias de forma isenta.
  • B representa a disciplina capaz de analisar os acontecimentos humanos de forma crítica e conceitualmente imutável.
  • C vincula seu conteúdo programático a uma responsabilidade crítica sobre os acontecimentos históricos.
  • D contribui de forma ativa para a formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade.

Analise a charge a seguir.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Disponível em: https://latuffcartoons.files.wordpress. com/2014/04/. Acesso em: 14 abr. 2022.


A imagem destaca uma interpretação sobre o processo de abertura do Regime Civil-Militar (1964-1985), que provocou e provoca grandes repercussões no país.


Essa interpretação questiona o(a) 

  • A perdão aos torturadores dado pelas vítimas das prisões arbitrárias.
  • B proteção dos agentes do governo envolvidos em crimes contra a humanidade.
  • C anulação da lei da anistia, que garantia o direito de liberdade aos presos políticos.
  • D revogação das leis de abertura do regime para proteger os presidentes autoritários.