Questões da Prova da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG (UFJF) - Técnico - Física - FUNDEP (Gestão de Concursos) (2022)

Limpar Busca

A crônica “O aprendiz de escritor”, de Moacyr Scliar, passa pela discussão acerca da matéria-prima utilizada na profissão de escritor.

O fato narrado acerca de um colega considerado mentiroso contribui com a reflexão da crônica porque

  • A defende que a “mentira”, aqui sinônimo de fantasia, imaginação, pode ser matéria-prima do escritor em seus textos.
  • B indica que o cotidiano é a matéria-prima do escritor, mesmo quando os fatos não são necessariamente verdadeiros.
  • C julga o uso inadequado de fatos mentirosos, fantasiosos como matéria-prima usada por alguns autores em seus textos literários.
  • D considera que o uso da mentira como fantasia ou ficção pode ser bem aceito pelo leitor desde que manifestado na literatura oral.
  • E sugere que os escritores que usam da mentira enquanto ficção como matéria prima podem ser ridicularizados.

Releia o trecho final da crônica:


“O vizinho olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: Descansando, senhor escritor? Ao que o escritor respondia: Não, trabalhando. Daí a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: Trabalhando? Não, respondia o escritor, descansando. As aparências enganam; enganaram até o próprio escritor.”


Na conclusão do texto, o trecho grifado sugere que

  • A a escrita é uma atividade trabalhosa que requer do escritor tempo de descanso e distanciamento do fazer literário.
  • B a criatividade e a imaginação, próprias da atividade do escritor, só podem ser eficazes se ele estiver concentrado apenas nelas, sem se distrair com outras atividades.
  • C o descanso, para o escritor, é o momento em que ele mais trabalha, pois pode aproveitar o tempo ocioso para criar seus personagens e histórias sem outras preocupações.
  • D o escritor trabalha o tempo todo, mesmo quando deseja estar descansando, uma vez que sua matéria-prima principal é o pensamento, a imaginação, que fluem em qualquer momento.
  • E o trabalho do escritor só é compreendido por ele mesmo, já que outras pessoas não entendem que, a qualquer momento, pode se dar o processo criativo da escrita.

Nas crônicas, textos ligados ao cotidiano, é comum a presença de marcas de informalidade na linguagem. Na crônica “O aprendiz de escritor”, de Moacyr Scliar, vê-se uma inadequação no seguinte período:

“Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias.”


O desvio de norma padrão na frase acima decorre do uso

  • A incorreto da locução adverbial de afirmação “na verdade”, que dá ao trecho uma marca de oralidade.
  • B indevido da forma verbal “estão,” usada como verbo de ligação, quando era necessário usar um verbo significativo.
  • C impróprio do verbo “contar” seguido apenas de objeto direto, apesar de ser considerado gramaticalmente bitransitivo.
  • D inadequado do pronome demonstrativo “isso”, uma vez que tem como referente um trecho apresentado em seguida.
  • E redundante do pronome indefinido “todas” associado ao artigo “as”, já que seria possível optar por apenas uma das palavras.

Releia a frase a seguir transcrita do texto:


“[...] havia um rapaz que tinha fama de mentiroso.”


Ao se passar o termo “um rapaz” para o plural, a frase, de acordo com a norma padrão, ficará:

  • A [...] haviam uns rapazes que tinham fama de mentiroso.
  • B [...] havia uns rapazes que tinham fama de mentirosos.
  • C [...] haviam uns rapazes que tinham fama de mentirosos.
  • D [...] havia uns rapazes que tinham famas de mentiroso.
  • E [...] haveriam alguns rapazes que tinham famas de mentirosos.

Na passagem “Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais.”, a conjunção destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido por

  • A bem como.
  • B dado que.
  • C dessa forma.
  • D inclusive.
  • E todavia.